sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Terras Sem Sombra...

...continua em Almodôvar

A Igreja Matriz em Almodôvar recebe o projecto Ludovice Ensemble para um concerto dedicado ao Barroco Francês.

A igreja matriz de Almodôvar, referência da arquitectura classicista
A escolha de Santo Ildefonso (abade beneditino que viveu no século VII) como orago da paróquia de Almodôvar constitui um reflexo da presença, no Baixo Alentejo, da espiritualidade monástico-militar, difundida pelos freires da Ordem de Avis, que seguia a Regra de São Bento. Porém, a primitiva igreja matriz da vila foi doada pelo rei D. Dinis, em 1297, à Ordem de Santiago. Esta teve aqui uma das suas colegiadas. Embora seguindo outra linhagem religiosa, de regra agostiniana, os freires espatários preservaram a devoção a Santo Ildefonso.
O edifício actual, traçado em 1592 pelo arquitecto Nicolau de Frias, constitui um exemplo perfeito da tipologia de “igreja-salão”, com três naves cobertas por abóbadas, revelando grande sentido de unidade espacial. Na verdade, o desenho da planimetria, o ritmo da composição dos alçados e o destaque outorgado ao tratamento dos pormenores, como as colunas toscanas em que assentam as arcarias de vulto perfeito, são bem reveladores do sentido de depuração classicizante atingida, em finais do século XVI, por este modelo, fiel à austeridade preconizada pela Contra-Reforma. D. João V determinou a remodelação do edifício.

Esta obra veio a ser completada pela encomenda, ao mestre eborense Sebastião de Abreu do Ó, dos sumptuosos altares de talha dourada da nave, cuja riqueza denota a pujança da terra. Nos séculos XIX e XX realizaram-se outras intervenções que modificaram substancialmente o edifício maneirista, a última das quais ocorreu na década de 1950. Data de então o painel do pintor Severo Portela, figurando o Baptismo de Cristo no Jordão, que ornamenta o baptistério. A igreja conserva um importante acervo de alfaias litúrgicas, em parte oriundo do convento de Nossa Senhora da Conceição.

O Festival Terras sem Sombra de Música Sacra do Baixo Alentejo, organizado pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja e pela Arte das Musas

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